terça-feira, 18 de outubro de 2011

POESIA ROMÂNTICA

               AÇOITES DE VENTO

Teus olhos baixaram ao chão
Quando os meus te fitaram inflamados
De um ardor negado a meu coração
Agora grávido de sonhos ameaçados
Por erguer castelos de ilusão
Talvez, por terra deitados
·         

Dei-te uma rosa que murchou depressa
Dei-te um sorriso que ficou sem par
Teus labios fugiram do beijo que não dei
Meu amor já não te interessa
Meu peito dorido ficou sem ar
Perdi o que nunca ganhei


A lua deixou de iluminar meus passos de noite
E até o vento, também castigador                                
Abusando da minha dor
Me deu um açoite


Tudo em mim desmoronou, ruiu
Passei a ver dor onde via prazer
As gaivotas deixaram de vir ao rio
Até o sol deixou de me aquecer
Vivi o que minha amada não sentiu
Amei uma mulher que sem chegar, partiu


Quando a noite cai no amor
Não se chega a ver a cor
Do verde encanto de amar
O sol dá lugar a negras noites
Que renovam e dobram os açoites
Que o amor não sabe dar

      SOUSA PINTO

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